quinta-feira, 22 de maio de 2014

MISSIONÁRIA VERA LÚCIA COMPLETA MAIS UM ANO DE UMA VIDA DEDICADA A OBRA DO SENHOR


Por Anderson Carlos

      Departamento de senhoras da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Paragominas (DESIADEP), realizou, no dia 17 de Maio de 2014, uma festa para comemorar mais um ano de vida da missionária Vera Lúcia Flores da Vera Cruz. A festa aconteceu na casa pastoral com a presença de líderes do departamento nas congregações acompanhadas das componentes dos respectivos grupos.
 Diversas pessoas estiveram na manhã de homenagens, como o Pr. Carlos Lopes da Vera Cruz, pastor presidente da igreja; diversas coordenadoras do Círculo de Oração Voz de Sião das congregações, que, além de parabeniza-las, entregaram presentes; familiares, como os seus filhos Anderson Carlos e Kênia Lúcia e os netos Abner, Júlia, Nalanda e Karen; assim como outros irmãos.

     No momento das homenagens, o microfone foi passado ao pastor Carlos, o qual expressou algumas palavras e logo entregou um presente à esposa, que o recebeu com muita alegria. Após outras oportunidades, a oportunidade foi cedida a aniversariante, que agradeceu a todos e falou da satisfação de estar comemorando mais um ano de vida juntamente com essa igreja abençoada.
Depois da oração que encerrou o primeiro período da manhã do sábado de festa para a família Vera Cruz, a coordenação dos trabalhos serviu todos os presentes, enquanto as felicitações e fotos com a aniversariante, foram feitas.

MISSIONÁRIA VERA LÚCIA
     
     Vera Lúcia Flores da Vera Cruz, mais conhecida como IRMÃ VERA, é uma goiana casada com o pastor presidente da Assembleia de Deus em Paragominas, Pr. Carlos Lopes da Vera Cruz,  missionária, pedagoga e pregadora do Evangelho. Trabalha ao lado do esposo há mais de 35 anos atendendo na área espiritual e social no Estado do Pará.

     Filha do senhor Jovino Flores e dona Julia Flores, a família morava em Santa Helena do Goiás quando o patriarca da casa ficou sabendo das terras produtivas do Pará, vindo morar em Paragominas em 1974, quando passaram grandes dificuldades, porque, além de não conhecerem ninguém, não possuía recursos financeiros. Aos seus 14 anos de idade, a já adolescente Vera Lúcia teve que trabalhar pesado para ajudar nas despesas da casa e não deixar faltar o alimento para os 6 irmãos. Assim a determinada jovem trabalhou como faxineira, secretária, auxiliar de escritório, babá e em várias outras profissões para ajudar os pais.
           Vera Lúcia não nasceu em um lar evangélico, mas aos 11 anos aceitou a Jesus como Salvador, o que estendeu a cada integrante de sua casa. Ela foi criada em uma rígida disciplina, pois seus pais, um produtor rural e uma dona de casa da época do regime militar, sempre zelaram pelos bons costumes e caráter do ser humano. Por isso, administravam com detalhes a vida dos filhos.
     Sempre muito aplicada aos estudos, irmã Vera procurou conhecimentos e se preparou para o futuro fazendo curso de datilografia e se dedicando como assistente de escritório, o que a levou tornar gerente de posto de combustível aos 15 anos. Mesmo estudando, trabalhando e ajudando nos serviços domésticos, ela sempre priorizou a obra de Deus, o que fez na igreja Assembleia de Deus, localizada na Rua Bernardo Sayão e pastoreada pelo Pr. João Pereira de Souzaao, onde foi se congregar quando chegou a Paragominas no ano de 1974. Ali se congregou tornando-se coordenadora do grupo de crianças, onde realizou a primeira escola bíblica de Férias no ano de 1978.
     Constatando a desenvoltura da jovem à frente dos trabalhos na igreja, o pastor decidiu coloca-la à frente do Conjunto de Mocidade. Era o ano de 1976 quando diversos trabalhos foram realizados sob sua direção e o departamento, que ainda não se chamava UMADEP, fez grandes serviços relacionados a união de jovens da Ass. De Deus daquela época.

     Ao passar do tempo a destacável jovem chamou a atenção de um obreiro, viúvo, pai de 3 filhos e comerciante na cidade. Irmã Vera diz que não deu muita atenção, mas Deus tinha um globo terrestre inteirinho para ser trilhado por Carlos Lopes da Vera Cruz e Vera Lúcia Flores da Vera Cruz. Assim, apesar da resistência por parte da moça e com insistência do senhor Carlos, o casal se tornaram noivos debaixo de um pé de maracujá e se casaram no dia 08 de Janeiro de 1977, dentro da igreja Ass. De Deus, situada na, hoje, Rua Bernardo Sayão nº 324 – Praça da Bíblia.
     Casada, a jovem de sonhos e promessas de Deus para percorrer o mundo como missionária, se vê esposa, dona de casa e madrasta de três crianças órfãs de mãe. Irmã vera deixa pai, mãe e seus próprios projetos para viver os planos de Deus para sua vida.
     Já com três crianças em casa, ela engravidou de seu primogênito no ano de 1977 e no dia 28 de Junho de 1978, no Hospital municipal de Paragominas, nasceu um saudável menino de olhos azuis: Anderson Carlos Flores da Vera Cruz. Foi muito difícil lhe dá com os serviços domésticos da casa, mãe, esposa e serviços da igreja, pois mesmos com todos os a fazeres, a obra do Senhor tinha que ser feita.
      A promessa para Irmã Vera desde a adolescência era de ser missionária e percorrer vários lugares. Nessa altura se acreditava que isso tinha ficado pra traz. No ano de 1979 o senhor Carlos Lopes, depois de uma caçada mal sucedida e perder seus bens, teve que ir embora para Tucuruí, onde irmã Vera teve uma gravidez complicada da segunda filha, vindo a perdê-la com 3 meses de vida. Abalada com a morte da filha Kézia, o casal resolveu tentar novamente o segundo filho e em 1980, também de uma gravidez muito difícil, nasceu Kênia Lucia Flores da Vera Cruz.
     Depois de um período morando naquela cidade, Irmã Vera viu seu esposo ser separado a evangelista para irem juntos ao primeiro campo. Tailândia, uma cidade situada a 250 Km da capital, sem energia elétrica e com estradas intransitável, recebeu o Pr. Carlos e família no ano de 1979 para um trabalho de 5 anos como pastor daquele lugar. Como não havia casa pastoral o casal construiu, com as próprias mãos, a sua residência. Apesar das dificuldades as bênçãos de Deus foram tremendas para aquele lugar e enquanto estiveram ali foi construído outra e bela casa pastoral, um templo e muitas almas se entregaram para o reino de Deus.
     No tempo de Deus, Pr. Carlos foi transferido para Ourilândia do Norte justamente quando o projeto de energia e asfalto chegaram para Tailândia. Bem mais longe da capital, a cidade dispunha de muito mais dificuldades. Para se ter uma ideia, Pr. Carlos teve que andar 40 Km de pé, acompanhado do Laique, o cachorro de estimação da família, para conhecer o campo. Quando foram receber a igreja, Miss. Vera e filhos tiveram que embarcar em um avião, aterrissar na cidade vizinha, pegar uma Toyota, depois uma carroça e andar de pé até o templo, onde os irmãos os esperavam. A casa pastoral era de tábua, que alagava com facilidade e até cobra se via dentro. O banheiro era no quintal e para se chegar nele era preciso andar por cima de tábuas em meio ao matagal.
     Região de garimpos, Ourilândia do norte possuía muitos assassinos de alugueis e um deles tentou contra a vida do Pr. Carlos. Ele não durou muito tempo e o tal do Fainca, bandido temido na redondeza porque colocava policial pra beber no cano de seu revolver, aceitou a Jesus como seu Salvador e entregou suas armas dentro da igreja pastoreada pelo Pr. Carlos.
     Com todos os riscos e problemas, o salário do pastor era baixíssimo e para sustentar a casa contava com doações de alimentos pelos irmãos e o dinheiro da livraria evangélica da missionária Vera Lúcia. Foram 7 anos de muitas dificuldades naquela cidade, mas grandes obras foram feitas, como: congressos; construção da casa pastoral, congregações e de um grande templo central, além de muitas almas entregues para Jesus.
     Sendo sempre diretora do circulo de oração, irmã Vera, acompanhando Pr. Carlos transferido de Ourilândia, passa a trabalhar com o grupo de mulheres da Assembleia de Deus em Rondon do Pará no ano de 1991. Uma cidade mais estruturada, a família passa 8 anos ali e nesse período foi feito muitos trabalhos sociais e congressos através do grupo de mulheres daquela localidade.
     Quando o casal saiu de Paragominas debaixo de prova, Deus usou uma serva entregando a seguinte mensagem: “vocês sairão daqui humilhados, mas depois de 20 anos voltarão exaltados para gloria do Senhor”. Pois é... 20 anos se passaram e no dia 04 de Julho do ano de 1999, Pr. Carlos, acompanhado da missionária Vera Lúcia e filhos, são recebidos na entrada da cidade para a presidência da Assembleia de Deus nesta cidade.
     Substituir o amigo e saudoso Pr. Gutembergue era um grande desafio, mas Pr. Carlos e Miss. Vera Lúcia estavam dispostos a trabalhar para que os serviços continuassem. Os primeiros meses à frente da igreja foram bem difíceis, mas as mãos do Senhor sempre estiveram erguidas para abençoar o casal à frente dessa nova empreitada. Comprovando isso, Deus fez um projeto da missionária Vera Lúcia sair do papel, pois desde 1988 ela lutava em prol de um congresso, onde grande parte das mulheres do círculo de oração das igrejas do Estado do Pará se juntariam. Várias tentativas já tinham sido feitas, mas nenhuma resposta obtida.
     O projeto do COADESPA – Congresso do Circulo de Oração das Assembleias de Deus no Pará, foi entregue para o presidente da COMIEADEPA – Convenção de ministros da Assembleia de Deus no Pará, em 1990, mas nenhuma resposta obteve. Sendo assim, irmã Vera não desistiu e procurou a presidência novamente em 2001 e, para gloria do Senhor, o 1º congresso de Senhoras do Estado do Pará aconteceu em Paragominas no ano de 2002. Foram várias caravanas que desembarcaram na cidade para 3 noites de festa, a qual se repete em todos os anos em diferentes cidades do Estado.
     Desde a adolescência, irmã Vera tinha o sonho e a promessa de Deus de visitar povos distantes e necessitados da ajuda humana. Em cumprimento a Palavra, ela embarcou para a África, onde viveu um de seus maiores desafios ao ver a pobreza e necessidade dos povos africanos bem de perto. Deus fez grandes maravilhas por intermédio das ministrações realizadas à mulheres de vários lugares, reunidas em baixo de arvores e em meio a escuridão. Na volta ao Brasil foi feito uma campanha para a compra de 100 bicicletas para ajudar nos trabalhos dos obreiros daquelas regiões, ato que contribuiu para a evangelização naquele lugar.
      Entre os muitos projetos já realizados em Paragominas por esta mulher de fé, coragem, determinação, ética, amor pelo próximo e Deus no coração, o Projeto “Arte Mulher”, fundado em 2000,tem chamado a atenção. Ele ajuda as mulheres a terem uma renda através de trabalhos artesanais, o qual é ensinado por profissionais de diversos setores, como: pintura, corte e costura, etc.
     A vida da irmã Vera não para um só momento e mesmo nos instantes de lutas pessoais, os serviços sociais continuam. O período de maior prova de sua vida, quando seu filho esteve preso por 9 meses no centro de recuperação de Paragominas, irmã Vera teve a ideia de abrir um restaurante popular, onde se serve alimentos a um valor popular. Tendo que visitar o filho, passando por revistas e exigências do setor carcerário, ela continuou pregando e em todos os lugares sempre falou da fidelidade do Senhor a quem permanece fiel. A luta de dor em ter um filho preso chegou ao fim no dia 12 de Setembro de 2006, quando o Senhor concedeu a liberdade do filho querido.
     Uma das paixões da adolescência de irmã Vera são os desfiles de 7 de Setembro, sendo assim, por achar interessante e uma boa oportunidade para falar de Jesus à milhares de pessoas, no ano de 2004 ela solicitou um espaço para que os evangélicos também tivessem um pelotão entre as escolas. Hoje a multidão de pessoas tem acompanhado mulheres, homens, jovens, crianças e adolescentes proclamarem o nome do Senhor no dia em que se comemora a independência do Brasil.
     O desejo de irmã Vera é que as desigualdades sociais diminuam  a cada dia, por isso, seu trabalho é sempre em prol dos menos favorecidos e em busca de ajudar o próximo com um trabalho social que leve amor, alimento espiritual e material, Deus e oportunidades de uma vida mais digna a cada cidadão. Sua luta não tem sido fácil, mas nunca tem desistido de alcançar os objetivos proposto em seu coração. Desde 1999 ela vem lutando em busca de construir creches populares, de tempo integral, onde as mães, ao irem trabalhar, possam deixar seus filhos.
     A busca para a concretização de projetos sociais levou a Missionária Vera a se candidatar ao cargo político de vereadora municipal. Em 2008 ela foi candidata pelo PDT e em 2012 pelo PSC, mas mesmo sendo uma das mais votadas, não conseguiu ocupara uma cadeira na câmara municipal devido ao partido não atingir o número mínimo de voto para eleger um candidato. Entre os projetos políticos de irmã Vera, foi apresentado uma forma para o município ter uma casa para apoiar os estudantes que vão à capital para cursar o nível superior. Desde sua juventude seu sonho era fazer um curso superior e depois de trabalhar para formar a filha Kênia em farmácia e o Anderson em Jornalismo, ela teve a alegria de cursar pedagogia e se formar no ano de 2012.
     Missionária Vera Lúcia está completando 56 anos de vida  dedicada a obra de Deus. Nesses anos já foram muitas as pessoas alcançadas pelos trabalhos sociais realizados por ela e, principalmente, já foram milhares de almas que, ao ser pregado a Palavra de Deus por ela, tem se convertido ao Senhor Jesus. Missionária Vera Lúcia tem ido em muitos lugares do Brasil e do mundo para ministrar em congressos e eventos diversos. Ela é apresentadora dos Programas “A Voz da Assembleia de Deus”, que vai ao ar em todos os domingo, das 7h às 8hs, na Rádio Cidade, e do “Fonte de Vida”, de domingo a sexta, às 08h e 30min na TV SBT, canal 03.

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